Sabendo que o passado influencía sempre o presente, não tem de ditá-lo!Também o futuro não nos pertence, ou antes, até é nosso, se lá chegarmos mas, mesmo plantando hoje as sementes da árvore do amanhã, não está nas nossas mãos o sol ou a chuva que cairá sobre ela...

 Resta-nos o hoje e, o que é que podemos?
Semear e esperar colher.Nem sempre colhemos o que semeamos mas, na maioria das vezes, o resultado da seara é o fruto do que foi depositado nos carreiros, é a regra.

 Não esperes morangos de batatas plantadas, nem uvas de milho, nem tampouco que um limoeiro produza grandes abóboras!(aliás, nem pequenas ;))
 
 A vida e os seus dias, tem vicissitudes, ocorrências esperadas, outras surpreendentes e ainda outras, inevitáveis, tudo isto, sendo verdadeiro, pode afetar aquilo que nos apetece ou não plantar, a semeadura brota sempre daquilo que o coração leva à mão daquele que semeia...

 Semeia bem, "tu podes", parafraseando não literalmente o "não branco" que osou sonhar e plantar aquilo que acreditava...planta sorrisos, esperança, caminho, alento, sagacidade, vontade, altruísmo e "parentes" de todas as anteriores e, certamente, não colherás...cardos!


 Depois de dois dias de abstinência é tempo de voltar ao lugar comum da necessária escrita...lembrei-me de um ditado popular ou antes, de um dizer comumente usado, "enquanto há vida, há esperança!", todos conhecem, certamente.Pensei em atualizá-lo para os dias de hoje (isto sem esquecer que "a esperança é a última a morrer"...),"enquanto há vida, há problemas"...indesmentível, certamente.

 Uma alegoria muita vezes usada para identificar um problema é a palavra "gigante" e, todos os temos em maior ou menor escala, o "nosso gigante" tambem é  tão grande quanto a proximidade que temos dele...ao longe até não parece tão gigante, de perto é enorme e se deixamos que nos ponha os pés em cima, é mesmo gigante...

 Quero levá-los a voar, comigo e a mim...a ver o gigante do alto, é espetacular... O gigante, agora anão, não me assusta assim tanto, e a sua sombra, que já não me atinge, deixou de me sufocar e de retirar minutos ao meu sono...por vezes, a melhor maneira de enfrentar o problema é deixar de estar embrulhados nele, até parece que aquilo é um presente, sei que já acabaram as eleições mas, vota "Não" ao "embrulho"...

 Sei que é uma verdade de La Palisse mas, quero lembrar-vos a vós e a mim, os gigantes existem sim mas, não existem gigantes pequenos!Portanto é tempo, de voar...


 Tenho a mania de advogar que, como português natural que sou, me foi hereditáriamente impingido o fatídico destino de enfrentar todo e qualquer desafio, à partida, derrotado.Não sei se é por causa do fado(que aprendi a gostar,a idade tem destas coisas!), se é por nos verem como a "cauda" da europa!

 Felizmente, Alguém me pôs por "cabeça e não por cauda" e, tentando contrariar a natureza das coisas, o circunstancialismo da atualidade e o fatalismo das mentes "iluminadas" que verborreiam a crise aos "quatro ventos", tento agarrar-me ao que escrito está...

 Sem dúvida que é mais fácil embarcar no grupo e pronto, "tudo ao molho e fé em Deus", ora aí está a resposta, a primeira parte, até é fácil, a do "molho" mas, bastava que todos nos concentrarmos na segunda e o péssimista mudava de ideias!


 Uma miríade de pensamentos se apossou da minha alma sôfrega!Tento compreender o que compreendido não se quer, o meu espelho aflito, não reflete sol, antes penumbras de confusão latente, de um espírito atúrdido, de uma alma enlameada nas frustrações do feito e na desilusão da não concretização do sonhado!

 Como perceber este reflexo sombrio de uma outrora pujante luz?Não sei, fustiga-me não saber, qual seixo molhado e escorregadio assim se apresenta...

 Consigo perceber pegadas de história, de sensações extremadas...porque alugas tu  ó espelho as tuas divisões à saudade?Às memórias e às desilusões acionadas pela constante repetição das mesmas falhas?

 Vejo-te usurpar as trevas, a apossar-te de lodo, a comer migalhas e a definhar, a empalidecer e a roubar à vida o que à tua existência estava reservado.

 Afugenta de ti o negrume que te tenta cercar.Não tornes opaca a luz que ainda aí reside, volta a brilhar, não por mim, nem para mim, nem para os outros, todos ou alguns.Se o fizeres, fá-lo por ti, fá-lo pela luz, fá-lo por uma cruz...fá-lo mais uma vez por ti e por esse ..."o meu espelho aflito"!


 Há dias assim, em que qualquer ponta de "iluminação" se desvaneceu nas horas e em que as palavras que outrora fluiam sem esforço agora, perras se apresentam.O lugar comum do desânimo persiste em assenhorar-se da vontade e, a persistência apresentou na recepção querendo saldar a dívida e ausentar-se para parte incerta.

 Felizmente, as boas amarras do compromisso trazem-me à memória a necessidade de resistir, de combater a vontade ou, neste caso, a falta dela.Olho para as cicatrizes do tempo e se avivam as lembranças do fracasso e, apesar de me sentir como um aluno mediano, busco a não repetição dos erros com um fim já conhecido.

 Como cão faminto agarro-me ao osso da esperança, ainda sentido o odor da carne que com mesa farta em tempos idos pouca importância tinha, não deixarei findar o osso nem morrer a esperança e mesmo que o ânimo me queira tornar orfão,sei quem é o meu Pai!


 Por vezes queremos mudar, reescrever o livro, parar o tempo e alterar os capítulos de uma meia-vida já narrada.

 Chego à conclusão que não dá, os minutos, as horas, as estações têm o seu tempo e, são selo de Rei, são constituição e não voltam.

 Que fazer?Nasci assim e como tal de assim não passarei?Um rotundo "não" me invade a alma, um grito me fere tanto o coração como os tímpanos, "não", é tempo de quebrar o vaso, de levar os cacos à escolha da água e aí, onde tudo se torna claro, dissipar o "eu", anulá-lo até ao barro, deixar que os impuros, tanto atos como pensamentos, na e pela água se dissolvam.

 Não,não é uma indolor análise, estirpar a lama, tirar as pedras, secar o orgulho e refazer a forma.

 Como havemos nós de querer mudar o mundo?Se, o teu e o meu "mundos", se tornaram tanto imóveis com inalteráveis, estaremos sempre nós na posse da verdade?Qual verdade?A tua?Ou a minha?

 Desce à água...queres ser?Diminui!Queres ter?Serve!Queres viver?Morre!


  Muitos dos nossos dias ocorrem à velocidade do ânimo com que os enfrentamos...

Admito que não é fácil sorrir às adversidades, sou exemplo nado e criado disso mesmo,com a minha tendência natural de abraçar o melancolismo e fazer da apatía minha parentela mas, acho que redescobri algo surpreentemente benéfico e aparentemente antagónico...existem rugas boas, as do riso!

A atitude camuflada de força quando os joelhos nos tremem e o fardo nos sobrecarrega os ombros, até pode parecer hipócrita mas, certamente que é o passo para almejar uma vitória!

Ganhar o dia de amanhã hoje, é pouco provavel e esperar que amanhã possamos consquistar os desafios que hoje se nos deparam é, virtualmente impossivel!

Tento não antecipar as dificuldades do futuro porque, "basta a cada dia o seu mal" e, se as circunstâncias me escurecerem o céu, fico agradecido!Porque apesar disso, Vejo!


Sociedades, conjuntos de aglomerados de coisas feitas, de pré-fabricados onde pessoas quase humanas procuram percorrendo ruas de lojas cheias de vazios sentimentais.

Montras, tantas iguais a todas as outras, indistintas coisas, nas quais nos revemos, vazios de novo, sim, vazios.

Procurando fazer com que o material nos encha de sentimento e nos cubra a razão...

Realização pura e irracional de um status absurdo e cada vez mais obsoletamente recente e renovado pelo "in" das novidades constantes, impessoais e distantes.

Tudo é plástico! Sentimento, rosto, sorriso e "é bonito" vamos dizendo... enganado-nos a nós mesmos e assumindo o nosso papel de atores e atrizes falhados, da vida e, na vida.

E lá continuamos, lá e cá, diría, caminhando entorpecidamente pelas ruas do nosso papel cada vez mais dissimulado e fingido e dizendo..."é bonito..."


Viagem, que tédio! Um disfarce na janela, uma procura na fuga ao tempo, a eternidade momentânea de uma "seca"!

Que tédio! O tempo voa parado e não anda, pára e não sai daqui...

Vai sem ir e fica ali, quieto, inerte, morto... procurando soluções do outro lado, o de lá, que cá queriamos que fosse e não é mas, será...

Permanecer, irmão ou pai, sei lá, da apatia morna e fria, qual dia de outono desfolhado, perdido e sentado e de novo parado...

E continua a procura sem movimento de um fim que de intermináveis semelhanças iguais tem a um início sem princípio, igual a tudo e como tudo continua assim, parado.

Folha morta no chão, garrafa vazia de um plástico usado, gasto e de brilho opaco, sem esplendor nem lastro, nem alegria que contraste...

Assim é a viagem, a tua, a minha, a de todos...

Com tecnologia do Blogger.

Porto de Mós

Porto de Mós
A "minha" praia e a minha foto!

Sobre Mim

A minha foto
Não pretendo falar muito de mim, vou deixar que as palavras falem e, consequentemente os atos!


Para quem procura, para quem encontra, para quem cai, para quem se levanta...

Não sei o que me leva, nem o que me traz, sei simplesmente que urge, não fazer o que me apraz!

Muitas vezes sou levado pelos impetos do imediato, da satisfação momentânea do devaneio, sem atribuir às consequências qualquer peso de uma consciência obesa.

Diz-se,"ano novo,vida nova", se espero por um dia igual aos outros, para pensar em alterar uma vida desregulada, sinto que defraudo quem acredita, decide e age todos os dias... vou tentar sair da lama e mudar, vou tentar hoje, o amanhã não me pertence...

A quem bate... quem procura...

A quem bate... quem procura...
...se abre, encontra...

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